segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Gravidez não é doença"..

Bom, o primeiro post deste blog é uma crítica à falta de respeito com as gestantes.
Na minha cidade, os supermercados não possuem caixas reservados às prioridades, e sim caixas com "atendimento preferencial", mas que qualquer um pode entrar na fila com carrinhos super-lotados. Nos ônibus, ninguém se incomoda ao ver uma mulher com barrigão em pé, e nem os cobradores se metem, e a gente fica à mercê da boa vontade de alguém.. Nos consultórios médicos, então.. é por ordem de chegada e pronto, não interessa se a grávida vai ficar horas sem se alimentar.

Quando questionamos, a resposta é sempre a mesma: "Gravidez não é doença, não, minha filha!"

Certo: gravidez não é doença. Mas também não é a mesma coisa que não estar grávida. Durante a gestação ocorrem muitas alterações físicas, hormonais e emocionais que alteram, e muito, a vida da mulher e suas necessidades. Aqui vão alguns exemplos de mudanças que causam desconforto nas gestantes:

-coluna vertebral e musculatura das costas: para que a mulher não perca o centro de gravidade e consequentemente o equilíbrio durante a gravidez, a coluna vai formando uma curvatura muito maior do que o normal, forçando a utilização excessiva dos músculos da região lombar, causando dores nas costas. 
ficar em pé ou sentada em uma mesma posição por muito tempo intensifica essas dores.

-falta de ar: com o crescimento do bebê e do útero, há compressão dos órgão abdominais, projetando-os contra o diafragma, o que dificulta a respiração. Ficar horas em pé ou sentada pode levar até mesmo a desmaios.

-dor nas pernas: com o aumento de peso e a retenção de líquidos, a circulação sanguínea e a linfática ficam prejudicadas, causando dores nos tecidos das pernas, além de as articulações passarem a ter de suportar um peso maior do que o habitual. mais uma vez, ficar em pé ou sentada por muito tempo aumenta o desconforto.

-compressão dos vasos sanguíneos: o peso da barriga comprime a veia cava e a artéria aorta abdominais, além de suas ramificações, o que prejudica a circulação e o transporte de oxigênio e nutrientes. ficar deitada de barriga pra cima (como geralmente obrigam as parturientes a se posicionarem durante o parto) ou sentada com as costas recostadas por mais de 5 minutos faz mal tanto para a mãe quanto para o bebê.

-enjôos: durante a gestação, a mulher passa a produzir mais progesterona e passa a produzir a gonadotrofina coriônica, que juntos retardam a digestão e causam enjôos. principalmente durante o primeiro trimestre de gestação, ela pode vomitar em qualquer lugar, a qualquer hora.

-micção: o útero passa a pressionar a bexiga, tornando esta sem espaço para expandir e acomodar a urina como de costume, fazendo com que a grávida tenha que ir ao banheiro diversas vezes.

Além de tudo isso, há também a irritabilidade maior, falta de paciência e de tolerância causados principalmente pelo excesso de progesterona. E isso tudo não é "frescura de mulherzinha". É o que acontece com a mulher durante a gestação.

Portanto, gravidez não é doença, mas definitivamente uma grávida não está nas condições fisiológicas e emocionais que uma mulher não-grávida!!

Respeito e atenção às gestantes é direito e deve ser disseminado!!

2 comentários:

  1. Menina, porque cargas d'água eu só fui achar esse blog agora? Tô num pé de guerra com os médicos do município onde trabalho, pois eles não querem aceitar q eu tire licença.Estou com 30 semanas, e eles alegam que o peso do bb não é suficiente para me dar dor nas costas e pernas. Trabalho ssentada, e não tô mais aguentando de dor. Também ando com raiva pois o prédio onde trabalho está com um banheiro só, para mulheres e homens, são uns 20 funcionários, mais o público.Fora q o ambiente é muito estressante, e só de pensar em voltar lá, já me dá vontade de chorar.
    Tenho consulta amanhã c o meu médico,. Vou pedir a ele um atestado e, se os de lá não aceitarem, vou procurar o Ministério Público.

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  2. Eu sinto dores desde a 26ª semana..

    infelizmente, a gestante só tem direito a entrar de licença maternidade 28 dias antes do parto (ou seja, só com 36 semanas, e mediante atestado médico.)

    Porém, é garantida à gestante transferência de função, quando as condições de saúde da gestante exigirem, com retomada da antiga função quando voltar ao trabalho, também mediante atestado médico.

    dá uma olhada nesse site:

    http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/licenca_maternidade.htm

    Espero ter ajudado. Boa sorte.

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